quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Controles Financeiros e Fluxos de Caixa

Importância dos Controles Financeiros

Para cuidar da gestão financeira, o empresário precisa lidar com números e informações o tempo todo e se a empresa possui números e informações confiáveis, consequentemente a tomada de decisões em grande parte será bem sucedida.

As informações financeiras que o empresário precisa para tomar decisões podem ser obtidas por meio dos controles financeiros. Dessa forma, podemos dizer que uma das finalidades dos controles financeiros é gerar informações úteis e confiáveis para a tomada de decisões.

Fluxo de Caixa

Fluxo de caixa é um instrumento da gestão financeira que projeta para períodos futuros todas as entradas e saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa para o período projetado.
         

Sua grande utilidade é permitir a visualização de sobras ou faltas de recursos no caixa da empresa, antes mesmo que ocorram, possibilitando ao empresário planejar melhor suas ações. Na verdade, praticamente toda ação realizado por uma empresa resume-se a entrada e saída de dinheiro em seu caixa e é justamente nesse jogo de vai e vem de recursos que o Fluxo de Caixa mostra sua importância, pois nos ajuda a perceber bem antes quando vai faltar ou sobrar recurso.

Então, o que vem a ser o Fluxo de Caixa

Fluxo de Caixa é um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a situação financeira futura da empresa. Consiste em um relatório gerencial que informa toda a movimentação de dinheiro (entradas e saídas), sempre considerando um período determinado, que pode ser uma semana, um mês, etc.

No caso das empresas de pequeno porte, a projeção do Fluxo de Caixa para um período de quatro a seis meses é tempo suficiente para a gestão do capital de giro. Ressalto que, quando se fala num período de quatro a seis meses, significa que ao final de cada mês, projetam-se novamente os períodos seguintes, de modo que sempre teremos informações para um horizonte de quatro a seis meses.

Fluxo de Caixa X Capital de Giro

Capital de giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital necessário para financiar a continuidade das operações da empresa, como recursos para financiamento ao clientes (nas vendas a prazo), recursos para manter estoques e recursos para pagamento aos fornecedores (compras de matéria-prima ou mercadorias para revenda), pagamento de impostos, salários e demais custos e despesas recorrentes e ou não recorrentes.

Para que serve o relatório de Fluxo de Caixa?

  • Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado;
  • Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro na empresa;
  • Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período avaliado;
  • Verificar se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio em determinado período ou se há necessidade de obtenção de capital de giro no mercado financeiro;
  • Planejar melhores políticas de prazos de pagamentos e recebimentos;
  • Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos;
  • Conhecer previamente (planejamento estratégico) os grandes números do negócio e sua real importância no período considerado;
  • Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos no período considerado;
  • Avaliar o melhor momento para efetuar as reposições de estoque em função dos prazos de pagamento e da disponibilidade de caixa;
  • Avaliar o momento mais favorável para realizar promoções de vendas visando melhorar o caixa do negócio.

É difícil preparar o fluxo de caixa?

Para as empresas que têm os controles financeiros bem organizados, a preparação do fluxo de caixa é consideravelmente fácil. Entretanto, se a empresa ainda não tiver controles de forma organizada, é bastante provável que, nos três primeiros meses, o fluxo de caixa ainda não seja um documento confiável, porque algumas projeções ficarão superestimadas ou subestimadas, alguns custos ou despesas não terão sido previstos.

Fluxo de caixa: primeiros passos:


Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período considerado para a elaboração do Fluxo. É composto pelo dinheiro na “gaveta” mais os saldos bancários disponíveis para saque.

Entradas de Caixa: correspondem às vendas realizadas à vista, bem como a outros recebimentos, tais como duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartão de crédito etc., disponíveis como “dinheiro” na respectiva data.

Saídas de Caixa: corresponde a pagamentos de salários, fornecedores, pró-labore (retiradas dos sócios), aluguéis, impostos, folha de pagamento, água, luz, telefone, etc.

Saldo Operacional: representa o valor obtido de entradas menos as saídas de caixa na respectiva data. Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos e gastos periodicamente, sem a influência dos saldos de caixa anteriores.

Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do saldo inicial com o saldo operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu negócio no período considerado e passa a ser o Saldo Inicial do próximo período.

Como começar a montar e gerenciar o relatório de Fluxo de Caixa?

Primeiramente, seja sistemático. Crie o hábito de registrar todo e qualquer movimento financeiro ocorrido e a ocorrer em sua empresa em determinada data. A informática pode auxiliar muito, entretanto, a falta de informatização não deve ser desculpa para não registrar manualmente tais movimentos.

Na primeira hora de seu dia de trabalho, verifique, analise e registre saldo em dinheiro no caixa bem como saldos bancários. Todos os valores lançados no Fluxo de Caixa devem ser realistas e para isso é necessário manter as entradas e saídas sempre atualizadas.

Ao lançar as saídas de recursos do caixa, lembre-se que as despesas como energia elétrica, água e esgoto, impostos municipais, estaduais e federais, assim como aluguéis, salários, etc, têm data certa para serem pagas. Caso contrário, haverá incidência de multas e juros de mora. Assim, lance essas despesas como previsões e compare-as com as realizadas na data de ocorrência.

Analise as disponibilidades de caixa, a fim de verificar qual a data mais oportuna para efetuar retiradas pessoais (pró-labore).

Caso seu negócio sofra influências de temporadas (alta e baixa sazonalidade), tenha muita atenção com o planejamento de suas despesas a fim de evitar problemas de insuficiência de caixa.

Quando o Fluxo de Caixa se torna negativo por longo período consecutivo, indica que seu capital de giro está comprometido. Neste caso é bom pensar em promover vendas à vista com descontos, dando ênfase aos produtos mais parados em seu estoque.

A previsão do Fluxo de Caixa permite saber antecipadamente de quanto recurso financeiro você precisará e se pode ser gerado pelas vendas e recebimentos. Caso não seja suficiente, permitirá que você negocie alternativas de obtenção de financiamentos com mais critério e segurança e maiores chances de negociação de taxas.

Lembre-se que um caixa em nível adequado evita surpresas quando ocorrem inadimplências em sua empresa.

Percebeu quanta utilidade uma ferramenta simples e prática pode oferecer ao seu negócio?

Referências Bibliográficas:

          FAVERO, Hamilton Luiz. at al. Contabilidade: teoria e prática. V.2, 1. Ed – 6. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2008.

          PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira: objetiva e aplicada. 5. Ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 1993.

          VIEIRA, Ehuinder Fernandes. Controles Financeiros: de olho nas finanças da sua empresa. manual do participante  - Brasília/DF: SEBRAE, 2007.

          WALTER, Milton Augusto. Manual de Tesouraria. 2. Ed. Confederação Nacional da Indústria – Departamento de Assistência à média e pequena indústria. Rio de Janeiro/RJ, 1985.

          NUNES, Jonas Custódio. at al. Gestão Financeira. -  Sebrae/MG. Belo Horizonte, 2006.






















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